01 dezembro 2005

Retrato da Educação

Editorial da Folha de S. Paulo de hoje.
"A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2004, divulgada na semana passada pelo IBGE, indicou um considerável aumento da presença do setor público no ensino médio. Segundo a pesquisa, as escolas privadas, que em 2001 atendiam 21,4% dos estudantes, no ano passado representavam apenas 15,1% do total de alunos.
À primeira vista, os números poderiam ser interpretados como resultado de uma migração de estudantes do setor privado para o público, respondendo a políticas do atual governo. Mas não há evidências que possam comprovar essa hipótese. Segundo dados do Inep, o instituto de estatística e avaliação do Ministério da Educação, o número de matrículas no setor privado pouco variou, tendo passado de 1,15 milhão em 2000 para 1,11 milhão em 2004.
Ao que tudo indica, a demanda pelo ensino médio no setor público foi reforçada em conseqüência do maciço ingresso no ensino fundamental promovido por governos anteriores, em especial o de Fernando Henrique Cardoso. Com efeito, entre 1992 e 2002, a taxa de crianças de 7 a 14 anos fora da escola caiu de 13,4% para cerca de 3%. O crescimento proporcional da rede pública está diretamente vinculado à necessidade de vagas para absorver esse público novo, que avança nos estudos.
Ressalte-se, a propósito, a ausência de políticas de fomento voltadas para o ensino médio. Em que pesem os esforços do MEC para a aprovação da emenda que cria o Fundeb -fundo que contemplaria todos os níveis da educação básica-, não existem propostas claras para o setor, que vive à sombra do ensino fundamental.
Entre as facetas negativas reveladas pela pesquisa, chama a atenção o fato de que, pela primeira vez nos últimos anos, se constatou um aumento no número de crianças de 7 a 14 anos fora da escola. É um retrocesso, ainda mais por se tratar de faixa etária para a qual o ensino é obrigatório."
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E faça-se justiça ao governo FHC, e critique-se o governo Lula, que conseguiu a proeza de andar para trás nos índices alcançados no governo tucano. Aliás, estou para ver ainda o governo Lula em ação (ok, a ação de assaltar os cofres públicos não entra aqui, essa a gente já viu demais).