Lula no Roda Viva
Comentários da cientista política Lucia Hippolito na CBN:
“Ontem, o presidente Lula concedeu a segunda entrevista coletiva em três anos de governo. Foi para comemorar a milésima edição do Programa Roda Viva, da TV Cultura.
Do ponto de vista do presidente da República, que se recusa a dar uma entrevista ampla, aberta a vários órgãos de imprensa, com direito a réplicas dos jornalistas, foi uma vitória.
Os entrevistadores são todos jornalistas experientes, mas só dois, além do apresentador, estão atualmente na ativa: Augusto Nunes e Heródoto Barbeiro, talvez por isso mesmo os mais incisivos.
O fato de a entrevista ter sido realizada no Palácio do Planalto também deu alguma segurança ao presidente. Ainda por cima, a entrevista foi gravada. Ou seja, ambiente conhecido, jornalistas experientes, mas compreensivelmente intimidados, a previsível reverência à figura do presidente da República.
Tudo isto parece ter dado ao presidente Lula a esperança de enfrentar bem as perguntas delicadas sobre a crise política, relações de seu filho com empresas concessionárias de serviço público, corrupção em seu governo e seu partido, utilização de caixa dois na eleição, CPIs, cassação de José Dirceu.
Em suma, o cardápio da crise política que sangra o PT e o governo Lula há mais de cinco meses.
A entrevista valeu mais pelas perguntas do que pelas respostas. Isto porque a maioria dos entrevistadores não hesitou em abordar os temas mais delicados com o presidente.
Mas as respostas de Lula deixaram muito a desejar, e não parecem ter convencido os entrevistadores. Lula não acredita na história dos dólares cubanos, não considera delicada a situação de seu filho, que se associou a uma concessionária de serviços públicos.
Lula considera inaceitável a prática de caixa dois, mas Delúbio era o responsável. Ele, presidente, não sabia de nada.
O presidente não acredita na existência do mensalão. Mas também não acredita na absolvição de José Dirceu.
Afirmou várias vezes que pode não ser candidato à reeleição, ele que sempre foi contra o instrumento, ele e o PT. Mas que, se decidir se candidatar, a oposição terá que engoli-lo.
O presidente irritou-se com perguntas sobre corrupção em seu governo e em seu partido, elevou a voz, mas não convenceu. Foi inseguro, negou a existência de repasse de verbas para partidos aliados, coisa que até Delúbio Soares já reconheceu que existiu.
Mas na média, Lula não se saiu mal. Os temas são mesmo delicados, e as investigações das CPIs estão só começando a puxar o fio da meada da corrupção na máquina pública brasileira.
E o presidente, que alega não saber de nada, tendo que responder a isso tudo.
Infelizmente, em matéria de entrevista e de explicação à sociedade brasileira, o presidente Lula continua devendo.”
“Ontem, o presidente Lula concedeu a segunda entrevista coletiva em três anos de governo. Foi para comemorar a milésima edição do Programa Roda Viva, da TV Cultura.
Do ponto de vista do presidente da República, que se recusa a dar uma entrevista ampla, aberta a vários órgãos de imprensa, com direito a réplicas dos jornalistas, foi uma vitória.
Os entrevistadores são todos jornalistas experientes, mas só dois, além do apresentador, estão atualmente na ativa: Augusto Nunes e Heródoto Barbeiro, talvez por isso mesmo os mais incisivos.
O fato de a entrevista ter sido realizada no Palácio do Planalto também deu alguma segurança ao presidente. Ainda por cima, a entrevista foi gravada. Ou seja, ambiente conhecido, jornalistas experientes, mas compreensivelmente intimidados, a previsível reverência à figura do presidente da República.
Tudo isto parece ter dado ao presidente Lula a esperança de enfrentar bem as perguntas delicadas sobre a crise política, relações de seu filho com empresas concessionárias de serviço público, corrupção em seu governo e seu partido, utilização de caixa dois na eleição, CPIs, cassação de José Dirceu.
Em suma, o cardápio da crise política que sangra o PT e o governo Lula há mais de cinco meses.
A entrevista valeu mais pelas perguntas do que pelas respostas. Isto porque a maioria dos entrevistadores não hesitou em abordar os temas mais delicados com o presidente.
Mas as respostas de Lula deixaram muito a desejar, e não parecem ter convencido os entrevistadores. Lula não acredita na história dos dólares cubanos, não considera delicada a situação de seu filho, que se associou a uma concessionária de serviços públicos.
Lula considera inaceitável a prática de caixa dois, mas Delúbio era o responsável. Ele, presidente, não sabia de nada.
O presidente não acredita na existência do mensalão. Mas também não acredita na absolvição de José Dirceu.
Afirmou várias vezes que pode não ser candidato à reeleição, ele que sempre foi contra o instrumento, ele e o PT. Mas que, se decidir se candidatar, a oposição terá que engoli-lo.
O presidente irritou-se com perguntas sobre corrupção em seu governo e em seu partido, elevou a voz, mas não convenceu. Foi inseguro, negou a existência de repasse de verbas para partidos aliados, coisa que até Delúbio Soares já reconheceu que existiu.
Mas na média, Lula não se saiu mal. Os temas são mesmo delicados, e as investigações das CPIs estão só começando a puxar o fio da meada da corrupção na máquina pública brasileira.
E o presidente, que alega não saber de nada, tendo que responder a isso tudo.
Infelizmente, em matéria de entrevista e de explicação à sociedade brasileira, o presidente Lula continua devendo.”
1 comments:
Wonderful and informative web site. I used information from that site its great. Unique designer web pages web sitepromotion services Arizona powerball resurth maxwell headphone noise cancellation pros Bible roulette Non prescription red contact lenses Atp tennis tour pornstar riley Audi fsi moteur a3 19buy xenical Spring for 1978 gmc 2500 Frasier frog toilet seat cover Convertible term life insurance in britain Internet merchant account for hawaii e commerce razr corded headset Statute of limitations on medical malpractice in georgia lower leg and hair loss Mp3 mp3 diamond rio player
Postar um comentário
<< Home