Vitória da descrença
A vitória do "não" no referendo sobre o desarmamento, no último domingo 23, foi, sem dúvida, a vitória da descrença. Foi a vitória também do medo, como afirmou na Folha de S. Paulo Jânio de Freitas. Mas esse medo talvez não existisse se a descrença não fosse tão grande...
Em resumo, ganhou não a manutenção de um direito, não o direito à autodefesa, o direito de se ter uma arma, o direito de se proteger e a sua família.
O que ganhou foi a descrença nesse país falido moralmente (pra não falar das outras áreas em que igual falência se percebe), porque até as pessoas menos instruídas - quando confrontadas com a idéia de deixar definitivamente sua segurança nas mãos do Estado - viram que seria inadmissível votar no "sim".
Um Estado corrupto, ladrão, sem-vergonha, que suga o povo e não lhe dá nada digno em troca. Um Estado cafajeste, no qual a própria polícia muitas vezes se encarrega de assumir o papel de assaltante e delinqüente. Um Estado em que as prisões são lugar de poucos (ou melhor, de muitos, os poucos ricos é que não vão jamais pra lá...).
Era a esse Estado que a gente ia confiar nossa segurança? Era em função da "proteção" desta "polícia" que abandonaríamos nossas armas e dormiríamos tranqüilos? Ora, nem cultos nem incultos cairiam nessa! O que mais se ouviu foi: "Se fosse em outro país, eu até votava no 'sim'. Mas no Brasil não dá!". Ganhou a descrença!
No fim, votaram no "sim" só os "bacaninhas", aqueles que jamais podem votar em algo que passe perto de um politicamente incorreto; também os muito idealistas, e também os lunáticos, que vivem em outro mundo e não conhecem ou não entendem a realidade brasileira; ah, votaram também no "sim" os caras-de-pau como Chico Buarque, que nem no Brasil mora!! Aí fica fácil, né Chico!?
Os outros, realistas demais para cair nessas armadilhas ou falsidades, votaram no "não". Atestaram a descrença no Brasil. Ponto pra ela!
0 comments:
Postar um comentário
<< Home